Mulher morta na Linha Amarela tinha voltado de licença-maternidade havia menos de 1 mês
Deborah Vilas Boas da Silva, de 27 anos, uma das mortas em uma tentativa de assalto na Linha Amarela no início da manhã desta terça-feira (18), tinha recentemente voltado a trabalhar após a licença-maternidade. Ela deu à luz Maria Alice, hoje com 7 meses, em 13 de novembro.
Deborah morava em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e trabalhava na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, como chefe de faturamento. Todo dia, ela acordava cedo e pegava 2 ônibus — nesta terça, o marido, Wallace Sousa, fez diferente e a deixou no ponto na entrada da Linha Amarela, onde Deborah pegaria o 315 (Central-Recreio). Quando ele chegou ao trabalho, soube que a mulher tinha morrido.
“Por que ela? Por que ela? Hoje foi ela, amanhã pode ser eu ou outro. Como a gente vai imaginar que uma pessoa vai morrer com um tiro em um ponto de ônibus?”, indagava Wallace.
“A sua filha vai te dar forças”. “Ela vai precisar se você”. “A Déborah vai te dar forças para continuar”. Essas eram algumas frases ditas por parentes e amigos de Wallace, que era abraçado e consolado por parentes (veja acima).
O outro morto é José Carlos Miranda, de 64 anos. Ele e Deborah ficaram na linha de tiro depois que PMs foram impedir um roubo a uma moto, onde estava um casal de amigos.
O crime
O episódio foi na Saída 6 da Linha Amarela, em Higienópolis, Zona Norte do Rio de Janeiro. O casal de amigos da moto contou que pelo menos 4 bandidos saltaram de um CRV e o renderam. Um dos ladrões portava um fuzil.
Policiais do 22º BPM (Maré) flagraram o ataque à moto e reagiram. Houve confronto.
Os ocupantes da moto nada sofreram, mas disparos atingiram Deborah, que estava em um ponto de ônibus, e José Carlos, embarcado num coletivo da linha 315 (Recreio-Central). A janela traseira do veículo ficou destruída.
Um dos assaltantes, Alexsandro de Andrade Venâncio, de 24 anos, foi baleado e preso. Os outros 3 conseguiram fugir.
por g1