Ponte colapsada nos EUA: investigadores recuperam caixa preta do navio e vão investigar combustível impróprio

Ponte colapsada nos EUA: investigadores recuperam caixa preta do navio e vão investigar combustível impróprio

Mergulhadores que participam das investigações sobre o navio que se chocou na terça-feira (26) contra uma ponte de Baltimore, nos Estados Unidos, recuperaram a caixa preta da embarcação, segundo informou nesta quarta-feira (27) a equipe de investigação do caso.

Durante esta madrugada, os mergulhadores que também buscavam por sobreviventes encontraram o gravador de dados da embarcação, segundo a diretora-geral do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA (NTSB, na sigla em inglês), Jennifer Homendy.

A partir desta quarta, o NTSB, que comanda as investigações, analisará os dados. Homendy afirmou também que as equipes vão apurar se o uso de combustível impróprio pode ter afetado a queda de energia do navio.

A embarcação, um porta-contêiner com bandeira da Singapura, havia acabado de sair do porto de Baltimore e iria ao Sri Lanka. Minutos antes do choque com a ponte, no entanto, o comandante reportou ter pedido o controle do navio.

Buscas

 

Também nesta quarta, autoridades encerraram as buscas por vítimas. Segundo o chefe do corpo de bombeiros local, James Wallace, duas pessoas foram retiradas da água com vida, sendo que uma delas se encontra em estado grave.

Outras seis pessoas estão desaparecidas.

O navio envolvido no acidente é um porta-contêiner com bandeira de Singapura e tinha como destino o Sri Lanka.

O cargueiro, batizado de Dali, tem 300 metros de comprimento e 48 de largura, de acordo com o site MarineTraffic.

O navio era operado pela empresa Synergy e estava a serviço da companhia dinamarquesa Maersk, de acordo com a CNN. Segundo a operadora, nenhum membro da tripulação ficou ferido na colisão.

Tráfego naval suspenso

Os seis desaparecidos são operários que trabalhavam numa manutenção no meio da ponte. Jeffrey Pritzker, vice-presidente da empresa responsável pelos trabalhadores, disse à AP considerar improvável que o grupo esteja vivo, considerando o tempo passado desde o acidente e a temperatura da água.

A temperatura em Baltimore na madrugada de terça, quando houve a batida, era de cerca de -1ºC, de acordo com a rede americana CNN. A temperatura da água é de cerca de 9ºC — capaz de provocar morte por hipotermia, a depender do tempo de exposição do indivíduo. O canal tem uma profundidade de até 15 metros e fortes correntes.

Bombeiros também usaram drones com câmeras infravermelhas e sonares nas buscas. Segundo o presidente dos EUA, Joe Biden, não há indícios de que a batida tenha sido intencional.

Porta-contêiner

Para facilitar o trabalho dos bombeiros, a Autoridade de Transporte de Maryland bloqueou todas as vias na região da ponte Francis Scott Key -- uma importante ligação entre dois pontos da cidade, cruzando o Rio Patapsco.

 

O tráfego naval no porto de Baltimore também foi suspenso e não tinha previsão para ser retomado nesta terça-feira. A agência que controla a aviação nos EUA também restringiu o espaço aéreo e pediu para que drones particulares não sobrevoem a região.

 

O governador de Maryland, Wes Moore, declarou estado de emergência. O secretário de Transporte dos EUA, Pete Buttigieg, disse que está em contato com o governador e com o prefeito de Baltimore, Brandon M. Scott.

Segundo o FBI e o secretário nacional de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, não há indicativo de ato terrorista no incidente, nem de que ele teria sido intencional. De acordo com a rede de TV ABC News, o navio perdeu propulsão enquanto manobrava para sair do porto.

Mais tarde, o governo de Maryland confirmar a informação.

Inaugurada em 1977, a ponte tinha quase 3 quilômetros de extensão e quatro pistas, que ficavam cerca de 55 metros acima das águas. A estrutura também contava com uma ponte levadiça que dava acesso ao porto de Baltimore.

A ponte foi batizada com o nome do autor do poema que deu origem ao hino dos Estados Unidos. Segundo estudiosos, Francis Scott Key escreveu os versos após presenciar o bombardeio do Forte McHenry, em 1814, na região de Baltimore.

por g1