Verão 2024: sobram turistas e falta infraestrutura nos acessos às praias de Santa Catarina
Os 531 km de areia no litoral catarinense estão mais disputados a cada ano. O Estado figura entre os três destinos mais procurados do Brasil na temporada de verão – atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro – de acordo com levantamento da Booking.com, que considerou buscas para estadias de novembro de 2023 a janeiro de 2024.
Não faltam opções de praias, cachoeiras, parques e belezas naturais de Norte a Sul do Estado que estão na rota de moradores de todo o país e até do exterior.
Com destaque para pontos como Balneário Camboriú e Florianópolis, que estimam receber até 4 milhões e 2,5 milhões de turistas respectivamente em toda a temporada de verão, segundo informações das prefeituras.
O potencial turístico catarinense tem sido explorado motivado pelos números significativos que ele representa para a economia do Estado. Em 2009, por exemplo, o turismo tinha uma participação de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) de Santa Catarina.
Já em 2019 esse percentual subiu para 2,6%, segundo dados do PNAD Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Após o período de pandemia, o setor voltou a ter grande impacto, e a expectativa para o verão de 2024 é grande. Segundo o Almanach (Sistema de Inteligência Turística de Santa Catarina), o número de turistas internacionais será 146% maior do que em 2022.
O levantamento aponta também a ampliação na estimativa da população flutuante, sendo 75% a mais do que na mesma época do ano anterior.
Todos esses indicativos de sucesso para o turismo, no entanto, contradizem com as condições de infraestrutura disponíveis no Estado para receber todos estes visitantes. A começar pelo próprio acesso aos destinos mais procurados.
Tanto quem vem pelo Norte quanto pelo Sul, encontra filas quilométricas para entrar e também para sair de Santa Catarina.
Na atual temporada de verão, o dia 2 de janeiro foi o mais desafiador para quem enfrentou a estrada. De acordo com a Arteris Litoral Sul, a BR-101 registrou filas de 29 km entre Balneário Camboriú a Navegantes no sentido Curitiba.
Para quem dirigia no sentido Porto Alegre, as filas chegaram a 11 km também em Balneário Camboriú. A CCR ViaCosteira, empresa que administra o trecho mais ao Sul da rodovia, registrou mais de 244 mil veículos transitando na mesma data.
Presidente de transportes da Fiesc ressalta nível defasado das rodovias do litoral: “situação caótica”
O presidente da Câmara de Transportes e Logística da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Egídio Martorano, afirma que “o maior desafio para o acesso ao litoral e para todo o Estado de Santa Catarina é a infraestrutura rodoviária”.
SC-401, Norte da Ilha, é a maior rodovia de Santa Catarina – Foto: Leo Munhoz/ND
Ele menciona as graves distorções na eficiência e segurança do segmento norte do corredor litorâneo da BR-101, que dificulta os acessos aos pontos turísticos principalmente pela movimentação que vem de Norte a Sul do Brasil.
De acordo com Martorano, os segmentos entre Penha e Itapema, no Vale do Itajaí, apresentam os piores níveis de serviços de acordo com a HCM (Highway Capacity Manual), responsável por medir os índices de eficiência – possibilidade de atraso em função da movimentação.
Os pontos mais graves estão no entorno das cidades de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú, que apresentam nível “F” (sendo que a classificação vai de “A” até “F”). Cenário que significa aumento de acidentes, custos operacionais e emissões de gases do efeito estufa.
Egídio Martorano destaca que a FIESC faz o alerta a respeito da BR-101, por intermédio do ‘Grupo Técnico BR-101 do Futuro’, desde 2017, “sem que nada tenha sido feito até o momento”.
“A BR 280 – que permite o acesso às praias no litoral Norte como São Francisco do Sul – está em obras sem previsão de término, e também tem apresentado níveis de serviço muito abaixo do adequado, da mesma forma que a BR-282”, complementa Martorano.
O representante da Fiesc ressalta que deve haver um maior planejamento das cidades do entorno dos corredores logísticos rodoviários, além de um Plano Diretor criterioso que evite o uso do corredor principal para o trânsito urbano.
“Esta é uma demanda para todas as cidades catarinenses, por isto as faixas de domínio, as áreas lindeiras às rodovias devem ser preservadas, e o excesso de acessos evitado. Este é o principal aspecto que contribui para a situação caótica atual”, finaliza.
“Duplicar e triplicar vias não resolve”: professor vê mudança cultural como solução a longo prazo
“Infraestrutura não é um problema só de Florianópolis ou Balneário Camboriú, é um problema macro brasileiro”, afirma o doutor em Engenharia do Conhecimento e professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Alexandre Augusto Biz.
Com a atuação e pesquisas voltadas para a área do turismo inteligente, Biz destaca que as cidades se expandiram sem os devidos planejamentos de definições de espaço e vias de acesso.
No caso de Florianópolis, o agravante da topografia de uma ilha requer ainda mais atenção e investimentos nessa área. Outra questão preocupante é o fato de boa parte dos turistas que chegam em Santa Catarina terem como principal meio de transporte o carro.
“Muitas vezes a gente percebe que a solução encontrada é duplicar, triplicar as vias. Não vai resolver a situação. Porque você tem que criar modais integrados, e nós não temos isso aqui.
Em especial meio de transporte de massa, transporte público, que poderia ser ampliado com os BRTs, e até, pensando em investimentos maiores e a longo prazo, trens de superfície”, argumenta o professor, que também ressalta modelos de obras como construção de túneis ou pontes para criar novas entradas nas cidades.
Entretanto, um dos pontos principais para auxiliar numa solução para a mobilidade como um todo está na mudança cultural não só dos gestores, mas também da população.
“Uma coisa que tem que mudar é a cultura de não usar o meio de transporte público. Vou dar o meu exemplo: eu sou funcionário da UFSC, sou professor, moro no Continente, no bairro Bom Abrigo.
Optei ir de ônibus, é mais fácil para mim, não preciso usar o carro, não me estresso no trânsito. Quanto mais pessoas usarem transporte público e outros meios como o táxi, corridas de aplicativos, menos carros teremos.
Em contrapartida, o Estado também tem que amenizar esses custos. A tarifa de transporte público em Florianópolis é alta quando a gente compara a renda das pessoas.
Nos países de primeiro mundo o transporte público tem o seu subsídio, o que torna viável o seu uso. Fora a acessibilidade e qualidade dos veículos, que aqui não temos. É um processo macro, a solução de curto prazo não existe”, salienta o professor.
Comparativos com outros países
Biz destaca o modelo dos Estados Unidos, que também é voltado para os automóveis, como um comparativo. “Nas grandes cidades, os acessos e seus contornos têm quatro a cinco pistas. Porém, quando há ausência de transporte público de massa, também existe o trânsito pesado”, explica.
Ele cita a cidade de Nova Iorque, que conta com um conjunto mais desenvolvido de transporte público com trens e metrôs, em contraste com a cidade de Los Angeles, que conta com “problemas sérios de infraestrutura”, segundo o professor.
Outro exemplo de sucesso é a Europa. “Lá já se usa o modal de trens, de integração entre os municípios, e você tem a infraestrutura de metrô, os centros históricos fechados para acessos de carro, pedágios internos, faz com que a população também use os transporte públicos, que é barato quando comparado com outros métodos”, afirma.
O professor reforça que é necessário existir equilíbrio entre demanda, opções de transporte público e custos. “Não existe almoço grátis, alguém vai ter que bancar e esse custo não pode cair no colo só do usuário. Realmente não é algo fácil aqui para nossa região”.
Integração de políticas a longo prazo
Do ponto de vista de Alexandre Augusto Biz, no cenário atual catarinense nenhuma obra de melhoria de infraestrutura rodoviária não vai levar menos de cinco anos.
“Uma ponte ligando o continente e a Ilha não vai levar menos que isso, uma duplicação da BR-101 também não, isso se ainda não encontrarem problemas no meio do caminho e a obra embargar, um túnel coloque 10 anos aí”, prevê o professor, que liga a situação a problemas de conexão entre os diferentes agentes do executivo que são responsáveis pelos espaços.
“A solução é uma integração entre município, Estado e União, e também com a comunidade que precisa fazer sua parte. E aí nós temos uma outra questão muito cultural nossa. A cada gestão muda-se a bandeira e muda até o que está dando certo.
Então se eu estou pensando em algo que vai durar seis anos, ainda vou passar por uma eleição municipal, eleição federal e estadual, e nisso muita coisa muda. E a integração dessas políticas a longo prazo é um grande problema nosso.”
Dados sobre turismo no verão em SC necessitam de aprimoramentos
Alexandre Augusto Biz, contesta as estimativas de turistas divulgadas pelas prefeituras para o verão. “Se colocar esses números, divididos pelos meses, essas cidades vão ter uma superpopulação.
Se cruzar esses dados com consumo de energia, geração de esgoto, de lixo, outros serviços, os números não batem”, afirma. Segundo ele, os números ainda são baseados em “chutômetro”, já que as informações de turismo dos municípios no verão ainda são básicas.
“Raros municípios sabem qual é a taxa de ocupação de hotéis, qual é a diária média, quantas pessoas ficaram hospedadas via imobiliárias, quais ofertas por hospedagem não convencional, por plataformas como airbnb, booking…”, diz.
Esses dados são cruciais na hora de planejar uma temporada de verão em pontos turísticos, como é o caso de muitas cidades catarinenses.
“Temos que resolver a quantificação correta e a qualificação de dados para gerar números certos de turistas, identificando a quantidade e a qualidade. Quanto cada um consome, o que isso representa em benefícios para o município e quais são os impactos.
Um exemplo que aconteceu pós
Os 531 km de areia no litoral catarinense estão mais disputados a cada ano. O Estado figura entre os três destinos mais procurados do Brasil na temporada de verão – atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro – de acordo com levantamento da Booking.com, que considerou buscas para estadias de novembro de 2023 a janeiro de 2024.
Não faltam opções de praias, cachoeiras, parques e belezas naturais de Norte a Sul do Estado que estão na rota de moradores de todo o país e até do exterior.
Com destaque para pontos como Balneário Camboriú e Florianópolis, que estimam receber até 4 milhões e 2,5 milhões de turistas respectivamente em toda a temporada de verão, segundo informações das prefeituras.
O potencial turístico catarinense tem sido explorado motivado pelos números significativos que ele representa para a economia do Estado. Em 2009, por exemplo, o turismo tinha uma participação de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) de Santa Catarina.
Já em 2019 esse percentual subiu para 2,6%, segundo dados do PNAD Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Após o período de pandemia, o setor voltou a ter grande impacto, e a expectativa para o verão de 2024 é grande. Segundo o Almanach (Sistema de Inteligência Turística de Santa Catarina), o número de turistas internacionais será 146% maior do que em 2022.
O levantamento aponta também a ampliação na estimativa da população flutuante, sendo 75% a mais do que na mesma época do ano anterior.
Todos esses indicativos de sucesso para o turismo, no entanto, contradizem com as condições de infraestrutura disponíveis no Estado para receber todos estes visitantes. A começar pelo próprio acesso aos destinos mais procurados.
Tanto quem vem pelo Norte quanto pelo Sul, encontra filas quilométricas para entrar e também para sair de Santa Catarina.
Na atual temporada de verão, o dia 2 de janeiro foi o mais desafiador para quem enfrentou a estrada. De acordo com a Arteris Litoral Sul, a BR-101 registrou filas de 29 km entre Balneário Camboriú a Navegantes no sentido Curitiba.
Para quem dirigia no sentido Porto Alegre, as filas chegaram a 11 km também em Balneário Camboriú. A CCR ViaCosteira, empresa que administra o trecho mais ao Sul da rodovia, registrou mais de 244 mil veículos transitando na mesma data.
Presidente de transportes da Fiesc ressalta nível defasado das rodovias do litoral: “situação caótica”
O presidente da Câmara de Transportes e Logística da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Egídio Martorano, afirma que “o maior desafio para o acesso ao litoral e para todo o Estado de Santa Catarina é a infraestrutura rodoviária”.
SC-401, Norte da Ilha, é a maior rodovia de Santa Catarina – Foto: Leo Munhoz/ND
Ele menciona as graves distorções na eficiência e segurança do segmento norte do corredor litorâneo da BR-101, que dificulta os acessos aos pontos turísticos principalmente pela movimentação que vem de Norte a Sul do Brasil.
De acordo com Martorano, os segmentos entre Penha e Itapema, no Vale do Itajaí, apresentam os piores níveis de serviços de acordo com a HCM (Highway Capacity Manual), responsável por medir os índices de eficiência – possibilidade de atraso em função da movimentação.
Os pontos mais graves estão no entorno das cidades de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú, que apresentam nível “F” (sendo que a classificação vai de “A” até “F”). Cenário que significa aumento de acidentes, custos operacionais e emissões de gases do efeito estufa.
Egídio Martorano destaca que a FIESC faz o alerta a respeito da BR-101, por intermédio do ‘Grupo Técnico BR-101 do Futuro’, desde 2017, “sem que nada tenha sido feito até o momento”.
“A BR 280 – que permite o acesso às praias no litoral Norte como São Francisco do Sul – está em obras sem previsão de término, e também tem apresentado níveis de serviço muito abaixo do adequado, da mesma forma que a BR-282”, complementa Martorano.
O representante da Fiesc ressalta que deve haver um maior planejamento das cidades do entorno dos corredores logísticos rodoviários, além de um Plano Diretor criterioso que evite o uso do corredor principal para o trânsito urbano.
“Esta é uma demanda para todas as cidades catarinenses, por isto as faixas de domínio, as áreas lindeiras às rodovias devem ser preservadas, e o excesso de acessos evitado. Este é o principal aspecto que contribui para a situação caótica atual”, finaliza.
“Duplicar e triplicar vias não resolve”: professor vê mudança cultural como solução a longo prazo
“Infraestrutura não é um problema só de Florianópolis ou Balneário Camboriú, é um problema macro brasileiro”, afirma o doutor em Engenharia do Conhecimento e professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Alexandre Augusto Biz.
Com a atuação e pesquisas voltadas para a área do turismo inteligente, Biz destaca que as cidades se expandiram sem os devidos planejamentos de definições de espaço e vias de acesso.
No caso de Florianópolis, o agravante da topografia de uma ilha requer ainda mais atenção e investimentos nessa área. Outra questão preocupante é o fato de boa parte dos turistas que chegam em Santa Catarina terem como principal meio de transporte o carro.
“Muitas vezes a gente percebe que a solução encontrada é duplicar, triplicar as vias. Não vai resolver a situação. Porque você tem que criar modais integrados, e nós não temos isso aqui.
Em especial meio de transporte de massa, transporte público, que poderia ser ampliado com os BRTs, e até, pensando em investimentos maiores e a longo prazo, trens de superfície”, argumenta o professor, que também ressalta modelos de obras como construção de túneis ou pontes para criar novas entradas nas cidades.
Entretanto, um dos pontos principais para auxiliar numa solução para a mobilidade como um todo está na mudança cultural não só dos gestores, mas também da população.
“Uma coisa que tem que mudar é a cultura de não usar o meio de transporte público. Vou dar o meu exemplo: eu sou funcionário da UFSC, sou professor, moro no Continente, no bairro Bom Abrigo.
Optei ir de ônibus, é mais fácil para mim, não preciso usar o carro, não me estresso no trânsito. Quanto mais pessoas usarem transporte público e outros meios como o táxi, corridas de aplicativos, menos carros teremos.
Em contrapartida, o Estado também tem que amenizar esses custos. A tarifa de transporte público em Florianópolis é alta quando a gente compara a renda das pessoas.
Nos países de primeiro mundo o transporte público tem o seu subsídio, o que torna viável o seu uso. Fora a acessibilidade e qualidade dos veículos, que aqui não temos. É um processo macro, a solução de curto prazo não existe”, salienta o professor.
Comparativos com outros países
Biz destaca o modelo dos Estados Unidos, que também é voltado para os automóveis, como um comparativo. “Nas grandes cidades, os acessos e seus contornos têm quatro a cinco pistas. Porém, quando há ausência de transporte público de massa, também existe o trânsito pesado”, explica.
Ele cita a cidade de Nova Iorque, que conta com um conjunto mais desenvolvido de transporte público com trens e metrôs, em contraste com a cidade de Los Angeles, que conta com “problemas sérios de infraestrutura”, segundo o professor.
Outro exemplo de sucesso é a Europa. “Lá já se usa o modal de trens, de integração entre os municípios, e você tem a infraestrutura de metrô, os centros históricos fechados para acessos de carro, pedágios internos, faz com que a população também use os transporte públicos, que é barato quando comparado com outros métodos”, afirma.
O professor reforça que é necessário existir equilíbrio entre demanda, opções de transporte público e custos. “Não existe almoço grátis, alguém vai ter que bancar e esse custo não pode cair no colo só do usuário. Realmente não é algo fácil aqui para nossa região”.
Integração de políticas a longo prazo
Do ponto de vista de Alexandre Augusto Biz, no cenário atual catarinense nenhuma obra de melhoria de infraestrutura rodoviária não vai levar menos de cinco anos.
“Uma ponte ligando o continente e a Ilha não vai levar menos que isso, uma duplicação da BR-101 também não, isso se ainda não encontrarem problemas no meio do caminho e a obra embargar, um túnel coloque 10 anos aí”, prevê o professor, que liga a situação a problemas de conexão entre os diferentes agentes do executivo que são responsáveis pelos espaços.
“A solução é uma integração entre município, Estado e União, e também com a comunidade que precisa fazer sua parte. E aí nós temos uma outra questão muito cultural nossa. A cada gestão muda-se a bandeira e muda até o que está dando certo.
Então se eu estou pensando em algo que vai durar seis anos, ainda vou passar por uma eleição municipal, eleição federal e estadual, e nisso muita coisa muda. E a integração dessas políticas a longo prazo é um grande problema nosso.”
Dados sobre turismo no verão em SC necessitam de aprimoramentos
Alexandre Augusto Biz, contesta as estimativas de turistas divulgadas pelas prefeituras para o verão. “Se colocar esses números, divididos pelos meses, essas cidades vão ter uma superpopulação.
Praia da Pinheira, em Palhoça, na Grande Florianópolis – Foto: Redes Sociais/Reprodução/ND
Se cruzar esses dados com consumo de energia, geração de esgoto, de lixo, outros serviços, os números não batem”, afirma. Segundo ele, os números ainda são baseados em “chutômetro”, já que as informações de turismo dos municípios no verão ainda são básicas.
“Raros municípios sabem qual é a taxa de ocupação de hotéis, qual é a diária média, quantas pessoas ficaram hospedadas via imobiliárias, quais ofertas por hospedagem não convencional, por plataformas como airbnb, booking…”, diz.
Esses dados são cruciais na hora de planejar uma temporada de verão em pontos turísticos, como é o caso de muitas cidades catarinenses.
“Temos que resolver a quantificação correta e a qualificação de dados para gerar números certos de turistas, identificando a quantidade e a qualidade. Quanto cada um consome, o que isso representa em benefícios para o município e quais são os impactos.
Um exemplo que aconteceu pós pandemia, em uma cidade chamada Marbella, perto de Málaga, na Espanha: eles diminuíram em 15% a demanda de visitantes no verão, e ampliaram em 30% o consumo.
Ou seja, houve diminuição no número de pessoas com um consumo maior. O que gera menos impacto negativo para o município.
Menos desgaste de infraestrutura, menos pessoas consumindo as coisas normais, mas gerando mais riquezas. Esse seria um ponto a ser trabalhado na nossa região, principalmente no verão”, exemplifica Biz.
pandemia, em uma cidade chamada Marbella, perto de Málaga, na Espanha: eles diminuíram em 15% a demanda de visitantes no verão, e ampliaram em 30% o consumo.
Ou seja, houve diminuição no número de pessoas com um consumo maior. O que gera menos impacto negativo para o município.
Menos desgaste de infraestrutura, menos pessoas consumindo as coisas normais, mas gerando mais riquezas. Esse seria um ponto a ser trabalhado na nossa região, principalmente no verão”, exemplifica Biz.
fonte: ndmais.com.br
LORENZO DORNELLES,FLORIANÓPOLIS