Mãe e padrasto de menina morta por maus-tratos são denunciados por estupro e homicídio
Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, e Christian Campoçano Leitheim, de 25, mãe e padrasto da menina de apenas dois anos, que foi assassinada em Campo Grande, foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável.
O caso foi descoberto em 26 de janeiro, depois que a mãe levou a filha para atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e os médicos constaram os sinais de estupro e que a mesma já estava morta há mais de quatro horas.
Segundo o Campo Grande News, além dos crimes mencionados, Stephanie também foi denunciado por omissão do socorro. Ela e o atual marido estão presos desde a data da morte da menina. Agora, a denúncia será avaliada pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, Carlos Alberto Garcete.
Relembre o caso
Como já noticiado, a menina morava com a mãe, padrasto e outros dois irmãos, sendo um deles filho de Cristian com a primeira esposa. Durante o dia, a vítima ficava com o homem enquanto a mulher trabalhava.
Na noite do dia 26 de janeiro, Stephanie chegou ao posto de saúde com a filha já sem vida, e alegou que a criança estava passando mal desde a quarta-feira (25), com dores na barriga e ao ser questionada sobre as lesões no corpo da menina, disse ainda que o padrasto batia como correção.
Dias depois, o laudo necroscópico confirmou que a criança era vítima de maus-tratos e de estupro. Também ficou constatado que a menina morreu entre 9h e 10h daquele dia, ou seja, há mais de 8h quando a mulher chegou à unidade de saúde.
Conforme o Campo Grande News, a delegada Anne Karine Sanches, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), revelou algumas conversas encontradas nos celulares de Stephanie e Christian, em que eles combinavam uma narrativa para justificar as lesões.
Em um dos trechos, além da fala de Christian sobre a queda no parquinho, ele ainda faz ameaças. “Ou fala a verdade e eu vou me matar; ou fala a verdade eles vão me prender”, consta. “Eles sabiam que ela estava morta e a levaram para a UPA”.
Guarda
De acordo com o Campo Grande News, o pai biológico, Jean Carlos Ocampos, já havia feito denúncias à polícia e ao Conselho Tutelar, depois de observar as lesões no corpo da filha. Dois boletins de ocorrências foram registrados por maus-tratos, e na época, a mulher e a mãe dela foram ouvidas na Depca, mas o inquérito foi concluído e enviado à Justiça. Por ter sido enquadrada numa conduta considerada menos grave, não houve instrução na Justiça. Ele compareceu perante juiz e promotor e o caso foi arquivado.
Ficha médica
Outro fato que também choca nesta história é que a criança foi levada à unidade de saúde 30 vezes, em um desses atendimentos, ela chegou com fratura na tíbia e até queimadura.
Na época, a mãe informou ter sido acidental, nos dois casos. Sobre o fato das lesões não terem levantado suspeita na equipe médica, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) pontuou que ocorreu em apenas uma das vezes, da fratura na tíbia, que foi justificada pela mãe por uma queda.