Com mais de 8 mil dívidas, empresas de SC estão entre os credores da gestora da Starbucks
A dívida com fornecedores catarinenses ultrapassa os R$ 2 milhões, mas pode ser maior, já que os endereços podem ser alterados e também novos documentos ainda podem ser anexados ao processo.
No recurso à Justiça para tentar salvar o negócio, a administradora da Starbucks lista entre os credores catarinenses empresas que fornecem material de construção, móveis, embalagens e alimentos.
Além disso, no rol de quem a SouthRock tem dívidas há empresas de tecnologia, transportadoras, distribuidoras e artigos de informática, além de outros tipos de prestadores de serviços.
Santa Catarina também tem empresas na lista
Em Santa Catarina integram esta lista grandes empresas como Seara Alimentos, Eliane Revestimentos Cerâmicos e Neoway.
Não estão neste cálculo das empresas catarinenses as dívidas trabalhistas, com pessoas físicas, e com shoppings do Estado, que moveram ações pedindo o despejo da rede de cafeterias, em cidades como Joinville, São José e Blumenau.
Banco do Brasil, Santander, e bancos médios, como Modal, Sofisa e ABC Brasil, além de empresas que fazem securitização de ativos, como a Virgo, estão entre os maiores credores da SouthRock.
A lista faz parte de um documento maior, de mais de 3 mil folhas, de dados adicionais que a Justiça paulista pediu para a empresa. Todas estão no processo de recuperação judicial, entregue à Justiça de São Paulo.
Com dívidas totais estimadas em R$ 1,8 bilhão, o BB aparece como um dos maiores credores, com R$ 176 milhões. O Santander tem R$ 54 milhões e, entre os bancos médios, o Modal tem R$ 30 milhões, o ABC Brasil, R$ 29 milhões, o Pine, R$ 22 milhões, e o Sofisa, R$ 20 milhões.
As lojas da Starbucks vão fechar?
Não se sabe ainda o que irá acontecer com as operações remanescentes da Starbucks. A Southrock mantém em funcionamento 144 lojas no país, com 43 fechamentos.Ainda há dúvidas de como deve ser a operação da Starbucks após o pedido de recuperação judicial. – Foto: Divulgação/ND
A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial alegando dívidas de R$ 1,8 bilhão, protocolado no dia 31 de outubro. Segundo a companhia, a crise econômica no Brasil resultante da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juro elevadas agravaram os desafios do negócio.
A dúvida do mercado é sobre as licenças para usar a marca. Isso porque, no pedido de recuperação judicial, a SouthRock também explicou que a Starbucks Coffe International, dona global da operação, encaminhou um documento à brasileira rescindindo os direitos de uso da marca em razão de inadimplência.
Caso a Justiça aceite o pedido de Recuperação Judicial, um dos efeitos é suspender todas as execuções da empresa por 180 dias. No caso da SouthRock, antes do juiz aceitar ou não o pedido.
Além do Starbucks, o pedido de recuperação judicial da SouthRock também abrange as operações das redes de alimentação Eataly, TGI Friday’s e Brazil Airport Restaurants no Brasil.
fonte: ndmais.com.br
LENE JUNCEK, FLORIANÓPOLIS