CAE vota projeto que proíbe uso de animais em testes de cosméticos

CAE vota projeto que proíbe uso de animais em testes de cosméticos
Versão original do projeto, que também proibia os testes, já havia sido alterada pela Câmara, que tornou as regras menos rígidas; Foto: Agência Brasil

Um projeto que proíbe o uso de animais em pesquisas e testes para produção de cosméticos pode ser votado na terça-feira (22) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O PLC 70/2014 é o primeiro item da pauta da reunião, marcada para as 8h (Horário de MS).

Em tramitação há oito anos no Congresso, a versão do PLC 70/2014 que vai à votação na CAE é um texto alternativo do relator, senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Pela proposta, testes em animais para a produção de cosméticos só poderão ser permitidos pela autoridade sanitária em situações excepcionais, quando houver “graves preocupações em relação à segurança de um ingrediente cosmético” e após consulta à sociedade.

Para isso, é necessário que o ingrediente seja amplamente usado no mercado e não possa ser substituído; que seja detectado problema específico de saúde humana relacionado ao ingrediente; e que inexista método alternativo de teste.

A versão original do projeto, que também proibia os testes, já havia sido alterada pela Câmara, que tornou as regras menos rígidas. Na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT), o texto voltou a proibir os testes com animais para a produção de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal e ainda incluiu artigos para vedar o comércio de produtos que tenham sido testados após a entrada em vigor da lei, exceto nos casos em que forem obtidos para cumprir regulamentação não cosmética nacional ou estrangeira.

Os testes com animais para o desenvolvimento de cosméticos já são proibidos em várias partes do mundo. Ao menos 28 países da União Europeia já baniram a prática. No Brasil, a discussão ganhou força após o caso do Instituto Royal. Em 2013, 178 cães e sete coelhos usados em pesquisas foram retirados por ativistas e moradores de São Roque (SP) de uma das sedes do instituto, que depois fechou as portas.

Outros itens

A CAE também analisa projeto de lei que eleva para 6% o limite de dedução de doações a fundos de direitos das crianças no IR (PL 1.789/2019); e proposta que permite aos estados deixarem de adotar o limite de R$ 3,6 milhões de faturamento para que pequenas empresas possam recolher o ICMS e o ISS com a guia única do Simples Nacional (PLP 127/2021).

Outro item na pauta é uma emenda da Câmara a um projeto de lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar o implante, por cateter, de prótese valvar aórtica, a pacientes com estenose da valva aórtica que não possam ser submetidos a cirurgia convencional, por apresentarem risco cirúrgico elevado (PL 177/2020 — Emenda CD). A estenose aórtica leva à obstrução do fluxo sanguíneo do coração para os diversos órgãos do corpo e pode ser fatal.

Agência Senado*